1980 (Reagan)
republicanos: 43,9 democratas 35,5 (milhões de votos)
1984 (Reagan)
republicanos: 54,5 democratas 37,6
1988 (G.Bush)
republicanos: 48,9 democratas 41,8
1992 (Clinton)
republicanos: 39,1 democratas 44,9
1996 (Clinton)
republicanos: 39,2 democratas 47,4
2000 (Bush)
republicanos: 50,5 democratas 50,9
2004 (Bush)
republicanos: 62, democratas 59
2008 (Obama)
republicanos: 57.4, democratas 65.4
O efeito Bush pode ser analisado em duas partes:
a) o efeito verdadeiro acontece nas eleições de 2004 - com um presidente impopular, o país dividido e envolvido numa guerra que começava a lembrar Vietname, a campanha republicana concentrou as atenções numa guerra de valores: o aborto, o casamento homossexual, para cativar a base republicana a comparecer em números elevados no dia da eleição, e conseguiu efectivamente um número recorde de votos ao juntar referendos sobre essas questões à eleição presidencial em vários estados. A base católica entregou a vitória a Bush.
b) em 2008, com o presidente mais impopular de sempre, uma crise económica sem precedentes, uma guerra perdida, nunca tantos eleitores votaram contra a continuação de uma política falhada: 65.4 milhões de votos. Apesar de tudo, não foi fácil: o partido republicano voltou a apostar na guerra cultural (3 estados votaram para banir o casamento homossexual) e os democratas tiveram que lutar contra uma campanha que tentava assustar os eleitores sobre a possibilidade de um presidente negro. O factor determinante foi o aprofundar da crise económica - a verdade é que por muito religiosas/convictas que as pessoas acreditem ser, a grande maioria ainda pensa primeiro com a carteira (afinal, isto é a américa: "money first").
Este excelente artigo, Obama's near-flawless run from start to finish, que funciona como um making of de um presidente, com declarações da equipa que ajudou a eleger Obama, evidencia isso mesmo:
"The meltdown of the financial markets ultimately ended any hope of a comeback for Mr. McCain. As Americans were increasingly worried about their futures, Mr. Obama’s message of help for the middle class and promise of steady leadership was resonating with the white, working-class voters he had been seeking to win over for nearly two years."
"In Mississippi, Stuart Stevens, a longtime political strategist who had worked for both Mr. McCain and Mitt Romney in the primaries, (...) in an interview: If a house is on fire, the owner does not care what color the fireman is."
Apesar de tudo, 57 milhões ainda é um nº considerável e inclui desde os fundamentalistas religiosos (que estavam de pé atrás em relação a McCain até ele nomear Palin, ou seja viram Palin como um factor positivo - de referir que globalmente, Palin custou votos independentes a McCain, independentes fundamentais na vitória de obama); aos fundamentalistas ideólogos que ainda acreditam que republicanos representam menos intervenção do governo e nas Reagan-economics de taxar menos os mais ricos porque aumenta o investimento e a prosperidade total.
E é claro, que melhor exemplo do que determinou as eleições de 2008, do que este artigo do "The Onion", supostamente um jornal satírico baseado em premissas falsas, que desta vez não está muito longe da verdade:
Nation Finally Shitty Enough To Make Social Progress
novembro 10, 2008
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