novembro 26, 2007

El rey valiente

Passado algum tempo desde o famoso "porque não te calas?", que permite algum distanciamento em relação a toda a confusão gerada nos media, analisemos então o que se passou.

Cimeira Ibero-Americana no Chile. Chavez chama fascista ao ex-primeiro-ministro espanhol Aznar e crítica-o por continuar a atacar o regime venezuelano. Zapatero, na sua intervenção, apesar de estar no oposto político de Aznar, defende-o e exige respeito para com o antigo governante espanhol. Chavez, mesmo com o microfone desligado, tenta interromper Zapatero e reclama o seu direito a responder, falando por cima de Zapatero. O que leva o rei Juan Carlos, irritado, a perguntar a Chavez "por que não te calas?"

Isto é a história que passou em todos os meios de comunicação e divulgada por todo o mundo, onde muitos tiveram a hipótese de ver no rei alguém no papel de combatente do ditador/populista/insolente Chavez. Só que a história realmente não acabou aqui.

Em seguida à intervenção de Juan Carlos, a moderadora do encontro, a anfitriã presidente do Chile - Michelle Bachelet, deu a palavra ao presidente da Nicarágua, que tinha direito a 3 minutos para a sua intervenção. Este recusa os 3 minutos e afirma que falaria o tempo que quisesse e em nome da liberdade de expressão e liberdade democrática, oferece primeiro a palavra a Chavez. Este limitou-se a citar o pai da pátria do Uruguai, José Gervasio Artigas: "Com a verdade, não ofendo nem temo."

Daniel Ortega, de seguida, falou durante 20 minutos, apoiando as apreciações de Chavez sobre Aznar, criticando a aliança que aquele teceu com os EUA. Sempre olhos nos olhos com Zapatero e Juan Carlos, Ortega defendeu o direito à expressão de Chavez, que apenas criticou o cidadão Aznar que "fez e continua a fazer campanha contra a Venezuela". "Se nós temos que vos respeitar, vocês têm de se dar ao respeito" reclamou. Foi então que Juan Carlos, irritado acabou por abandonar a sala.

Ou seja, depois do célebre "por que não te calas?", o valente rei teve que aturar durante 20 minutos, impotente como qualquer monarca actual, outro governante sul-americano falar sobre liberdade democrática (que não deve ser o seu forte). É pena não ter sido esta a imagem que transpareceu de toda a cobertura mediática feita sobre o "caso".

Os Maias em inglês

Interessante crítica em inglês sobre a obra "Os Maias" de Eça de Queirós, com paralelismos sobre o declínio da sociedade portuguesa no sec. XIX. Uma curiosa visão exterior sobre a recente história portuguesa e a relação com a obra de Eça:

http://www.thenation.com/doc/20071203/valdes

novembro 18, 2007

Sunday Digg reading

1)
O Governo americano considera oficialmente pessoas que "façam numerosas referências à Constituição Americana" podem ser "potenciais terroristas" (video)
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2)
Google recusa-se a passar um anúncio da Northeast Impeachment Coalition que defende a impugnação da presidência americana, argumentando que a sua linha de condute não permite anúncios contra pessoas, grupos ou organizações
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3)
Epidemia de suícidios entre veteranos de guerra americanos. Em 2005 foram 6256 casos, a uma média de 17 por dia
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