setembro 28, 2009

A praxe (II)


Segundo o jornal i, 
Pela primeira vez uma universidade é responsabilizada. Médico que suspeitou dos alunos suicidou-se.

O Tribunal de Famalicão considera que a Universidade Lusíada foi responsável pela morte de um aluno na praxe, em Outubro de 2001. Diogo morreu com 22 anos depois de ser repetidamente agredido durante um ensaio da tuna. Os rituais ditaram a morte, mas o processo-crime foi arquivado, morrendo com ele a culpa dos agressores. A instituição, pertencente à Fundação Minerva, foi agora condenada - no processo cível - ao pagamento de uma indemnização de 90 mil euros à mãe, Maria Macedo, por omissão de acção.

O tribunal sublinha que a Universidade Lusíada de Famalicão (ULF) podia ter feito mais para evitar a morte de Diogo. Na sentença, à qual o i teve acesso, o juiz não tem dúvidas: "Se tivesse controlado as práticas de agressividade física e psicológica, tinha contribuído para que a morte não tivesse ocorrido." A ULF sempre alegou não ter responsabilidade sobre a tuna, por esta ser autónoma. Contudo, o juiz considera que a Lusíada "tinha o dever de controlar as actividades de praxe e os estudantes". 

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A universidade devia ter proibido "esse tipo de comportamentos de pseudo-praxe, mais próprio de instrução militar", diz o juiz na sentença, considerando "caricata a desvalorização dos comportamentos que violam a integridade moral e física dos seus alunos", especialmente estando Diogo no 4.o ano.

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As primeiras dúvidas foram levantadas por um médico que cruzou informações e desconfiou que teria morrido na praxe. O funeral, onde tocava a tuna e no qual a sua namorada vestiu pela primeira vez o traje, foi interrompido. O médico, que apresentou queixa ao Ministério Público exigindo medidas e garantindo que não ia desistir de provar a verdade dos factos, acabou por se suicidar dias depois, em circunstâncias suspeitas.

1 comentário:

Joao Araujo disse...

"O funeral, onde tocava a tuna e no qual a sua namorada vestiu pela primeira vez o traje"
!!!